quinta-feira, 22 de março de 2012

Vela do Fado

Há coisas que intrigam.
como um Fado,
ramificado de ruas e ruelas,
de outrora ou de agora,
mas de sentido único.
De um destino.

Quem sabe,
forte em demasia
proferir tais palavras...
Mas tecidas na base
De um candelabro que fulgura
para um amanhecer por estrear,
que arde, não dói,
mas cura.

Se tens o inverno nas mãos,
gélido, paralisado,
e nas minhas eu levo o verão,
então...
Então unamos solstícios,
façamos dias com noites mais longas,
e noites com dias mais longos.
Para que tenhamos tempo de luta,
na procura da chave perdida
de um Eclipse que se possa
não tocar mas sentir,
lado a lado construir,
e mimar pouco a pouco...

Se tens o inverno nas mãos...
Permite-me que tas aqueça,
com o ardor das minhas
e um bom dia
por todos os ponteiros
que vamos passando.


António Seia
Porto, 22 de Março de 2012