domingo, 15 de novembro de 2009

Não tenho filosofia: tenho sentidos - Alberto Caeiro

“Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é.
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem por que ama, nem o que é amar...”

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Português que era, é e vai no caminho de ser outra vez

Algo sobre o qual não costumo escrever, mas que numa analise de alguns textos dados na disciplina de português me puseram a pensar e a escrever claro:

O povo “tuga” é ignorante e burro, mesquinho, miserável, apático, hipócrita e muitos mais defeitos. São eleições ditadas por votos não em pessoas ou partidos mas quase como se fossem equipas de futebol, não há caras nem ideais, só cores (bem, mas sempre é melhor qualquer voto que chegue a entrar na urna do que aqueles que ficam em casa no sofá a torcer por qualquer coisa que seja mas deixaram o voto no pensamento ou se calhar nem pensaram nele); é o país que continua preso a ideias retrógradas e forças conservadoras para quem a mudança é pior que tudo; e são Eles (os que mandam) que se escondem sempre na democracia, na legitimidade do "fomos eleitos pelo povo, por isso queremos, podemos e fazemos".
O 25 de Abril deveria ter acordado a hibernação eterna do antigo português apático em relação a tudo, deveria ter mexido profundamente na rede social do nosso país, mas em vez de pensar na geração dos nossos pais e na nossa claramente, porque acabam por se inter-relacionar, o 25 de Abril pensou nele próprio e em como poderia chegar ao poder que sempre lhe faltou.
O principal problema do nosso país é a ausência de cidadania e civismo, de desejo de liberdade não excessiva, do gosto de agir e pensar por si próprio. A pirâmide laboral do país tem uma base de gente que só executa e obedece a ordens e quem manda nesses por sua vez obedece a ordens de outros e assim por diante, até chegarmos ao topo da pirâmide. Podemos mexer o que quisermos no topo da pirâmide que tudo o resto se mantém inalterável. O português só executa, não pensa pois não interessa quem manda.
Esta é uma doença que corre muito, e é muito funda. Não interessam golpes de estado, cores políticas, desejos de liberdade ou bens nacionais ou públicos! Ao português dão-lhe futebol com porrada entre claques, tremoços salgadinhos, cerveja fresquinha e telenovelas com açúcar e ele aceita com felicidade e cala-se!
Não sei como a nossa geração tratará o país (ou o que resta dele), não sei até se não cometerá piores erros para a geração seguinte, mas acredito que apesar da doença ser funda e correr há muito, muito tempo em nós, como se vê no Ultimatum Futurista que tem aproximadamente 100 anos mas no qual se lê as mesmas preocupações dos dias de hoje, o nosso povo tem a capacidade de se levantar e de se curar.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

felicidade...

“A felicidade só é verdadeira quando compartilhada”

domingo, 12 de julho de 2009

Morrer de amor e continuar a viver...

Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo? - Fernando Pessoa

terça-feira, 7 de julho de 2009

"O amor é fodido" - MEC



“Nascemos todos com vontade de amar. Ser amado é secundário. Prejudica o amor que muitas vezes o antecede. Um amor não pode pertencer a duas pessoas, por muito que o queiramos. Cada um tem o amor que tem, fora dele. É esse afastamento que nos magoa, que nos põe doidos, sempre à procura do eco que não vem. Os que vêm são bem-vindos, às vezes, mas não são os que queremos. Quando somos honestos, ou estamos apaixonados, é apenas um que se pretende.

Tenho a certeza que não se pode ter o que se ama. Ser amado não corresponde jamais ao amor que temos, porque não nos pertence. Por isso escrevemos romances - porque ninguém acredita neles, excepto quem os escreve.

Viver é outra coisa. Amar e ser amado distrai-nos irremediavelmente. O amor apouca-se e perde-se quando se dá aos dias e às pessoas. Traduz-se e deixa ser o que é. Só na solidão permanece...

O amor é fodido. Hei-de acreditar sempre nisto. Onde quer que haja amor, ele acabará, mais tarde ou mais cedo, por ser fodido (...)
E por que é que fodemos o amor? Porque não resistimos. É do mal que nos faz. Parece estar mesmo a pedir.
De resto, ninguém suporta viver num amor que não esteja pelo menos parcialmente fodido. Tem de haver escombros. Tem de haver progresso para pior e desejo de regresso a um tempo mais feliz.
E um amor só um bocado fodido pode ser a coisa mais bonita deste mundo."
[...]

"Precisava de fugir. era uma necessidade constante.
Se não fosse o amor, de que poderíamos escrever ou fugir?!
Eu escrevia-te mentiras que eram quase verdade: que queria fugir para dentro de ti, invadir-te com fúria de te ver ininterruptamente, de não conseguir impedir-me de ficar ali parado a olhar para ti.
Tu fazias pior. Ficavas calada e deixavas-te invadir. Atiravas os pulsos para as almofadas antes de eu poder fingir que tos ia prender. Mas era bom. Nota: era melhor assim. O amor é fodido.
Nunca sabemos se estamos a dar ou a receber. Os teus poemas também eram ricos. Trascrevo um de memória, para gáudio de quem nos estiver a ler: «A quem, a quem hei-de-me dar; eu que já soube o que dava e agora não sei mais nada? A quem hei-de dar a verdade que guardo tão mal, tal é o mal que ele me faz: dar-me vida e nada mais.»
Escrevemos coisas parvas, perguntas já previamente concebidas para obter respostas rápidas."


excertos de "O amor e fodido" - Miguel Esteves Cardoso

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Manjerico-Homem no Sao Joao 2009



e 5 eurios o manjerico!! e 5 eurios!! epah que dia do catano, obrigado ao chico que teve a ideia, ao roberto, a andreia, raquel, a caodeeira que tirou as fotos, victor, vanda, as meninas que perguntam se podem tirar fotos com o manjerico (so me lembro que eram as duas giras e uma tinha uma tshirt a dizer: i love NY), as suecas boas, as espanholas ainda melhores, aos indianos burros, as velhotinhas, e ao resto do pessoal todo....

abraço


terça-feira, 23 de junho de 2009

2filmes 2lições: Into the wild e August Rush

Dois dos melhores filmes da minha vida, daqueles que consigo ver 500 vezes seguidas e chorar das 500 vezes (ou não), e ainda assim aprender uma coisa nova, e ainda assim identificar-me com algumas das historias, e ainda assim ficar sempre a espera daquela parte emocionante e ainda assim....

abraco



segunda-feira, 22 de junho de 2009

John Mayer - Heart of life



adoro este gajo, so te queria essa vozinha sexy...
E o grande senhor John Mayer...

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Melhor concerto da minha vida

AC/DC no estádio Alvalade XXI [fotos + texto] -
AC/DC no estádio Alvalade XXI

De volta a Portugal, os australianos não se deixam apanhar pela idade... Numa produção e entrega memoráveis, Malcolm e Angus Young deram tudo ao público português.


Era, sem qualquer dúvida, um dos concertos mais aguardados do ano e os AC/DC cumpriram a promessa de que iriam protagonizar uma noite memorável a todos aqueles que acorreram em massa ao Estádio Alvalade XXI. É certo que o recinto não estava totalmente esgotado, mas estava muito perto disso. E, observando a expressão de satisfação espelhada na cara de todos aqueles que se acotovelavam à espera de um transporte que os levasse de volta a casa na zona do Campo Grande, era fácil perceber que ninguém deu o seu dinheiro por mal empregue.

Com o novo Black Ice na bagagem, o lendário grupo australiano liderado pelos irmãos Angus e Malcolm Young subiu a um palco de dimensões gigantescas - uma estrutura de 78 metros, ladeada por dois ecrãs, que demorou quatro dias a montar. Os AC/DC já não podem tocar em recintos pequenos há muitos anos, mas conseguem transportar para um estádio a energia crua de uma banda que está a actuar numa sala pequena e para uma audiência suada. 34 anos depois de terem lançado o primeiro álbum, mantêm-se iguais a si próprios e isso ninguém pode negar.

A produção por detrás de um espectáculo destes é enorme, mas os músicos mantêm-se fiéis ao que sempre foram - uma banda de, puro e duro, rock'n'roll. Durante os, aproximadamente, 135 minutos que durou a actuação não houve mudanças desnecessárias de instrumentos ou indumentária... o que houve, isso sim, foi uma enorme descarga de energia contagiante que tocou todos os presentes.

AC/DC no estádio Alvalade XXI [fotos + texto] -


Às 21:40, mais uma vez em ponto, soam através das gigantescas colunas do P.A. os acordes iniciais de "Rock'n'Roll Train", o primeiro single de apresentação ao último álbum dos AC/DC.

AC/DC no estádio Alvalade XXI [fotos + texto] -


Nos ecrãs, numa animação colorida e movimentada, Angus Young e os seus companheiros fogem figurativamente de uma locomotiva descontrolada que, alguns minutos depois, acaba por "embater" na parte de trás do palco com grande estardalhaço. As luzes acendem-se e ali estão os heróis da noite, como que transportados de uma B.D. para a vida real, prontos a dar à plateia tudo aquilo que ela espera deles.

AC/DC no estádio Alvalade XXI [fotos + texto] -


"Hell Ain't a Bad Place To Be", "Back In Black" e "Big Jack" obrigam os poucos resistentes a levantar-se das cadeiras ou das bancadas."Dirty Deeds Done Dirt Cheap", "Shot Down In Flames", "Thunderstruck" e "Black Ice" garantem que a plateia está totalmente rendida aos músicos. Mais de três décadas de palco fizeram dos AC/DC uma unidade incrivelmente bem oleada, em que nada - absolutamente nada - falha. No entanto, o mais surpreendente mesmo é perceber que, 34 anos depois de ter gravado o primeiro disco, a banda continua a ter a mesma energia que tinha quando começou a tocar.

AC/DC no estádio Alvalade XXI [fotos + texto] -


O vocalista Brian Johnson e Angus percorrem sem descanso uma enorme passadeira que liga o palco a uma estrutura mais pequena que atravessa toda a plateia e termina na outra ponta do estádio. Malcom Young, Cliff Williams e Phil Rudd, menos dados a extravagâncias físicas ou sequer visuais, mantêm estoicamente uma secção rítmica coesa como poucas.

Um dos pontos altos da noite acontece logo a seguir, durante a bluesy "The Jack". E, claro está, tem como principal protagonista o carismático Angus. O eléctrico guitarrista - é difícil perceber onde é que uma figura tão franzina vai buscar tanta energia - protagoniza um strip-tease trapalhão, baixa as calças (não para exibir o rabo, mas uns boxers com o logótipo da banda) e a plateia, repleta de "corninhos iluminados" (à venda nas diversas bancas de merch espalhadas pelo recinto), atinge o êxtase.

AC/DC no estádio Alvalade XXI [fotos + texto] -


Daí ao final do espectáculo tudo parece passar numa questão de segundos, com os clássicos ("Hells Bells", "Shoot To Thrill", "Dog Eat Dog", "You Shook Me All Night Long", "TNT" e "Whole Lotta Rosie") a cruzarem-se com mais algumas novidades ("War Machine" e "Anything Goes"). A apoteose, no entanto, estava reservada para a a recta final do espectáculo. Primeiro "Let There Be Rock"; numa épica versão de mais de 15 minutos, que incluiu um longo - demasiado? - solo de guitarra e Angus, numa explosão de confettis, a espernear no chão da tal plataforma ao fundo do estádio. E depois, já em encore, "Highway To Hell" e "For Those About To Rock", com petardos de "canhão" e pirotecnia incluídos a por um ponto final apoteótico numa noite memorável.

Antes do concerto...
AC/DC no estádio Alvalade XXI [fotos + texto] -
Diabos à solta para ver Angus Young e companhia.


AC/DC no estádio Alvalade XXI [fotos + texto] -
Ao fim da tarde, já se vestia a t-shirt oficial.



by blitz

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

um poema (torga)

UM POEMA

Não tenhas medo, ouve:
É um poema
Um misto de oração e de feitiço...
Sem qualquer compromisso,
Ouve-o atentamente,
De coração lavado.
Poderás decorá-lo
E rezá-lo
Ao deitar
Ao levantar,
Ou nas restantes horas de tristeza.
Na segura certeza
De que mal não te faz.
E pode acontecer que te dê paz...

Miguel Torga, Diário XIII