terça-feira, 6 de outubro de 2009

Português que era, é e vai no caminho de ser outra vez

Algo sobre o qual não costumo escrever, mas que numa analise de alguns textos dados na disciplina de português me puseram a pensar e a escrever claro:

O povo “tuga” é ignorante e burro, mesquinho, miserável, apático, hipócrita e muitos mais defeitos. São eleições ditadas por votos não em pessoas ou partidos mas quase como se fossem equipas de futebol, não há caras nem ideais, só cores (bem, mas sempre é melhor qualquer voto que chegue a entrar na urna do que aqueles que ficam em casa no sofá a torcer por qualquer coisa que seja mas deixaram o voto no pensamento ou se calhar nem pensaram nele); é o país que continua preso a ideias retrógradas e forças conservadoras para quem a mudança é pior que tudo; e são Eles (os que mandam) que se escondem sempre na democracia, na legitimidade do "fomos eleitos pelo povo, por isso queremos, podemos e fazemos".
O 25 de Abril deveria ter acordado a hibernação eterna do antigo português apático em relação a tudo, deveria ter mexido profundamente na rede social do nosso país, mas em vez de pensar na geração dos nossos pais e na nossa claramente, porque acabam por se inter-relacionar, o 25 de Abril pensou nele próprio e em como poderia chegar ao poder que sempre lhe faltou.
O principal problema do nosso país é a ausência de cidadania e civismo, de desejo de liberdade não excessiva, do gosto de agir e pensar por si próprio. A pirâmide laboral do país tem uma base de gente que só executa e obedece a ordens e quem manda nesses por sua vez obedece a ordens de outros e assim por diante, até chegarmos ao topo da pirâmide. Podemos mexer o que quisermos no topo da pirâmide que tudo o resto se mantém inalterável. O português só executa, não pensa pois não interessa quem manda.
Esta é uma doença que corre muito, e é muito funda. Não interessam golpes de estado, cores políticas, desejos de liberdade ou bens nacionais ou públicos! Ao português dão-lhe futebol com porrada entre claques, tremoços salgadinhos, cerveja fresquinha e telenovelas com açúcar e ele aceita com felicidade e cala-se!
Não sei como a nossa geração tratará o país (ou o que resta dele), não sei até se não cometerá piores erros para a geração seguinte, mas acredito que apesar da doença ser funda e correr há muito, muito tempo em nós, como se vê no Ultimatum Futurista que tem aproximadamente 100 anos mas no qual se lê as mesmas preocupações dos dias de hoje, o nosso povo tem a capacidade de se levantar e de se curar.

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