quarta-feira, 28 de julho de 2010

Viagem Sonhada

Despido das suas velas,
icei-as,
parti no barco dos sonhos.

Navegava eu para o meu destino,
apenas numa gota de oceano,
mas era tão além e moroso...

Naveguei então noutro rumo,
e ali,
ali nada era como um breve sopro,
que se extingue no ar...

Ali,
a enigmática noite aparecia,
e trazia todas as pétalas das estrelas,
as quais eu colhia,
e ao lado,
uma imensa esfera colorida de branco,
que me sussurrou em tinta indelével
os versos de um poema,
onde tudo eram marés favoráveis e certas,
algo quimérico e cantado conforme o Fado,
mas ainda tão pouco imaginado...

E por isso,
falei ao céu:
Não consigo aportar o meu sonho...
E o sábio respondeu-me:
Em qualquer viagem,
o essencial é o percurso que tomamos,
pois é ele que nos compõe a memória.
O destino final,
é apenas mais um marco na história.

Maia, 8 de Julho de 2009
António Seia

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